23 de dezembro de 2012

Tarde emoldurada

Céu ocre na moldura de madeira,
nuvens cinzas em pleno anoitecer.
Folhas caem e incendeiam
na noite que não convém em aparecer.

Sons nos gramados, sons do céu;
quentura de outrora, chuva de verão.
Outono ou veraneio? Não consigo responder.
Vejo somente o ocre na madeira a brilhar.

Ouço o cantar da chuva e o tilintar das folhas
nesta linda velha casa
onde não sei o que é chão e o que é mar.

O vento uiva e devaneio a mirá-lo.
Assusto-me nos flashes e nas luzes,
perco-me no som e na escuridão.

O tempo para, mas a natureza segue a bailar
refletida na lagoa pintada e no ocre,
no ocre da parede e da moldura a exaltar.




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