17 de maio de 2011

O virar de uma página atempotal

           A literatura é uma das várias formas de "escape" do homem. É através desta que percebemos o mundo, os homens e os tempos a sua volta.
          No Trovadorismo rimas cantadas cortejavam secretamente as damas nas tavernas. No Clasissismo o mundo grego foi reinventado, assim como Camões e sua viagem às Índias.
          A natureza e a simplicidade da felicidade humana foram os altares do bucólico Arcadismo. O homem foi então venerado e as novas ideias renascentistas fundamentaram o Humanismo dos séculos XIII e XIV.
          Contra o homem e o renascimento, o beato Barroco surgiu e desapareceu nas lágrimas e vaias de morte e sonhos dos românticos.
          A sociedade e toda a modernidade foram contestadas no Realismo e nas inusitadas vanguardas europeias, abrindo portas e novas perspectivas para o que viria a seguir.
          Poetas como Carlos Drummond de Andrade abordaram com mais ênfase o "eu todo retorcido" que há em cada um de nós, assim como o choque social e a relidade e concretização de sentimentos e emoções.
          Estamos vivendo uma nova época literária, ainda sem nome e jeito, mas com certeza com um reflexo misto, compulsivo, agitado e depressivo, basta agora saber como esse novo capítulo será escrito, pois o homem reinventa-se, o mundo o segue e a literatura se transforma, acompanhando seus tempos e contratempos, suas prosas e anti-poetismo, suas métricas e rebuliços. Como dizia Machado de Assis "... cada estação da vida é como uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também.", assim como o homem, assim como o mundo e assim como seu espelho: os livros.

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